Lógica natural, modelo das trocas de valores, ética discursiva
A comunicação tem raízes biológicas e históricas. Ela é prévia à possibilidade do conhecimento científico e atravessa a filosofia, as artes e o mundo vivido. Não temos outra escolha que pensá-la de maneira ampla. Em termos metodológicos, a traversalidade é obtida trabalhando a comunicação como linguagem, em suas múltiplas formas, e também como ação e desenvolvimento. É neste sentido que integramos métodos desenvolvidos por três autores diferentes. O primeiro passo é o de aplicar a lógica natural desenvolvida por Jean-Blaise Grize e as teorias da argumentação e da retórica, associada ao modelo das trocas de valores de Jean Piaget. Essa abordagem viabiliza o estudo de discursos naturais de modo a poder descrever os processos de comunicação que se desenvolvem temporalmente. Em seguida, acessamos a dimensão ética do discurso adotando uma abordagem crítica fundamentada no estudo das formas de argumentação e do agir humano cuja inspiração devemos aos trabalhos de Habermas. A integração destas perspectivas metodológicas viabiliza o estudo da comunicação como um processo que é, ao mesmo tempo, psicológico, sociopolítico e moral-ético.